sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Quanto aos assuntos que servem de substância (matéria), às suas peças, Gil Vicente segue a tradição grega, e coloca em cena a História, os conflitos humanos, sociais e políticos, retirados da própria História, bem em cima dos acontecimentos, em cada momento da sua própria existência. A sua obra é sobretudo a História da Europa, num dos seus momentos mais importantes. A formação dos Estados pelas Nações, os conflitos gerados com os desejos de um Império e a transformação da Igreja Medieval numa Igreja Imperial, ou Nacional. E nestas condições, a partilha dos devidos bens pelos diversos Estados que já não se querem sujeitar à Igreja nem admitem uma Igreja Imperial, as guerras de Itália, as revoltas, os conflitos ideológicos do Poder na Europa, os conflitos religiosos, a Reforma e o início da Contra-Reforma, a ascensão da Burguesia e da Banca, o desenvolver dos Parlamentos, as novas economias e novas formas de governo, as tentativas de ascensão do povo ao poder, a liberdade política e a liberdade de pensamento e sua expressão, etc.. Tudo isto, e talvez muito mais e melhor, consta e é uma constante ao longo das suas obras.  

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